Bíblia de Genebra – A mais poderosa Bíblia de estudo

Bíblia de Estudo de Genebra - Detalhe
Bíblia de Estudo de Genebra - Detalhe

A BÍBLIA DE GENEBRA

UMA DAS MAIS IMPORTANTES BÍBLIAS DE ESTUDO


Bíblia de Genebra
Bíblia de Genebra original (edição de 1560)

A Bíblia de Genebra é uma das mais inovadoras e influentes Bíblias já publicada em língua inglesa. Desde sua primeira edição, em 1560, sua aceitação sempre foi tamanha que dominou o mundo de fala inglesa durante quase 100 anos (foi reeditada ininterruptamente durante seus primeiros 40 anos). Até sua ultima edição, em 1644, estima-se que cerca de meio milhão delas tenham sido produzidas.

Uma série de características a tornaram a mais popular Bíblia de sua geração. Compacta e relativamente barata, trazia tantas inovações que poderia ser chamada de “Bíblia das primeiras”. Foi a primeira em língua inglesa traduzida diretamente dos idiomas bíblicos originais: Hebraico, grego e aramaico. A primeira em inglês a ter seus versículos numerados, facilitando a memorização, localização e comparação. Foi ousadamente impressa usando letras tipo romano (Roman Type) abandonando o antigo e obscuro tipo gótico (Gothic) tradicional em sua época. Suas notas marginais – com forte orientação calvinista – traziam apoio para interpretação do texto e aplicação, sempre seguindo princípios reformados. Falsas doutrinas da igreja católica foram expostas nas notas marginais. Além disso, trazia ilustrações vívidas, mapas e prefácios.

Na medieval Inglaterra do século XVI, durante o reinado da rainha Maria I, centenas de protestantes fugiram da Inglaterra para o continente. Genebra, na Suíça, serviu de refúgio para muitos. A república de Genebra era então pastoralmente e teologicamente liderada por João Calvino e Theodore Beza. A teologia protestante prevalecia na cidade que se tornara um centro de erudição bíblica. Um exemplo disso é a publicação em Genebra no ano 1551 do Novo Testamento Grego de Robert Estienne. Além de outras 22 edições de Bíblias francesas publicadas na década de 1550.

Geneva em 1602
Geneva em 1602

É neste ambiente que um grupo é destacado para produzir uma Bíblia em língua inglesa. Este grupo era composto por membros de uma grande congregação local de ingleses que contava com o reformador escocês John Knox como pastor.

A identidade dos tradutores não foi revelada na Bíblia de Genebra. Porém, há um consenso entre estudiosos que este trabalho tenha sido liderado por William Whittingham. Hábil em hebraico e grego (bem como outras línguas), ex-aluno da Universidade de Oxford, Whittingham era também concunhado de João Calvino e um líder em sua igreja. Whittingham e sua equipe concluíram e publicaram em 1557 primeiramente o Novo Testamento, tendo no nome uma homenagem à cidade que os acolhera, Genebra. A Bíblia de Genebra completa foi finalmente publicada 3 anos mais tarde, em 1560.

A Bíblia de Genebra reinou absoluta numa época de pouca literatura secular. A providência de Deus combinou a carência de material literário com o fácil acesso à Bíblia de Genebra e tornou a leitura da Bíblia um hábito entre a crescente comunidade evangélica. Ela influenciou a literatura do século XVI e XVII. Foi a Bíblia de John Bunyan (O Peregrino). William Shakespear a utilizou na maior parte de suas peças. Milton em Paradise Lost e Samson Apogistes revela sua influência teológica trazida nas notas de rodapé da Bíblia de Genebra. O protestantismo e o calvinismo foram fortemente influenciados por ela. Foi também a Bíblia dos colonos ingleses e foi o fundamento bíblico do que viria a ser a América.

Mesmo após a primeira publicação da Bíblia King James, a Biblia de Genebra continuou sendo publicada até 1644.


A Bíblia de Estudo de Genebra no Brasil

A Editora Cultura Cristã, ligada à Igreja Presbiteriana do Brasil, publicou em 1999 em co-edição com a Sociedade Bíblica do Brasil a primeira edição da Bíblia de Estudo de Genebra. Chamada assim por “encontrar-se na tradição da Bíblia de Genebra original”, ela contém uma “reafirmação moderna da verdade da Reforma em seus comentários e notas teológicas”. A tradução adotada é a Revista e Atualizada no Brasil de João Ferreira de Almeida.

A segunda edição, Revista e Ampliada, lançada em 2009, foi integralmente adaptada à nova reforma ortográfica. Um extraordinário novo recurso foi introduzido: a indexação do texto das notas com os Símbolos de Fé Reformados, a saber, a Confissão Belga, o Catecismo de Heidelberg, os Cânones de Dort e os símbolos de Westminster (a Confissão de Fé e os catecismos, Maior e Breve).


Bíblia de Genebra - Editora Cultura Cristã
Bíblia de Estudo de Genebra publicada no Brasil pela Editora Cultura Cristã

Para J. I. Packer, “quatro séculos atrás as notas da Bíblia de Genebra fizeram a erudição dos mestres da Escritura servir à causa de Deus, da verdade e da piedade, com toda a profundidade alcançada pela teologia da Reforma. A Bíblia de Estudo de Genebra faz o mesmo hoje. Creio que a sua extraordinária combinação de fidelidade com devoção coloca a Bíblia de Estudo de Genebra numa categoria à parte”.



Referências:

  • Bíblia de Estudo de Genebra – Sociedade Bíblica do Brasil e Editora Cultura Cristã
  • A Bíblia e Sua História – Stephen M.Miller & Robert V.Huber – Sociedade Bíblica do Brasil
  • História da Bíblia no Brasil – Luiz Antônio Giraldi – Sociedade Bíblica do Brasil


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